Sobre a Família
As relações do presente com o passado são de continuidade. As formas mudam, mas as relações de causa e efeito se perpetuam pelo tempo. Toda vez que nos relacionamos com alguém, criam-se instantaneamente laços de afetos, reciprocidade e de compromissos.
No campo do Espírito, estes compromissos são indissolúveis, pois são mantidos pelas Leis da existência dos seres. Diferentemente dos compromissos materiais que podemos “cancelar” se quisermos, os espirituais nós certamente teremos que enfrentar cedo ou tarde.
Assim, as pessoas com as quais mantivemos relações no passado, seja de afinidade por terem contribuído para nosso progresso ou até mesmo conflitos dos mais diversos, todas retornam ao nosso convívio a cada nova existência na matéria.
Trata-se da Lei de ação e reação que rege a nossas necessidades evolutivas. Independentemente do nosso querer consciente, desejando ou não viver novamente com tal pessoa, acabaremos por reencontrá-la inúmeras vezes. Deus assim permite que de forma gradativa venhamos a lapidar nossas virtudes que nos conduzem ao amor sincero.
Na família moldamos nosso caráter, nossos valores. Lembro-me de minha mãe, filha de professora do ensino público, que sempre me exortava a tratar meus professores com o máximo respeito e gratidão. Insistia que um mestre escolar era uma das pessoas mais importantes da sociedade e que seu prestígio seria incalculável para sermos homens de bem. Como resultado, me tornei educador.
Neste sentido, a família é como um santuário sagrado a ser cultuado primeiramente com todo o louvor a Deus por ter nos concedido tamanha benção. Na família construímos nossa humanidade, desenvolvemos a cultura e aprendemos a amar, dar e receber. Em segundo lugar, cabe nosso máximo esforço para cuidarmos para que toda comunhão familiar, de prosperidade, de alegrias pelas presenças mútuas, possa se propagar para além dos laços consanguíneos e se estender ao conjunto de todos os homens encarnados neste planeta.